sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Diagrama de Ishikawa (Diagrama de Causa e Efeito - Apostila de Logística - Páginas 26, 27 e 28 - Matéria complementar)

O Diagrama de Ishikawa, também conhecido como Diagrama de Causa e Efeito, Diagrama Espinha de peixe ou Diagrama 6M e 4P (ver abaixo), é uma ferramenta gráfica utilizada pela Administração para o gerenciamento e o Controle da Qualidade (CQ) em processos diversos de manipulação das fórmulas. Originalmente proposto pelo engenheiro químico Kaoru Ishikawa em 1943 e aperfeiçoado nos anos seguintes. O Diagrama de Causa e Efeito, também chamado de “Diagrama de Ishikawa” ou “Diagrama  Fishbone”, tem como objetivo facilitar a identificação das causas de problemas que devem ser sanados ou mesmo os fatores que levam a determinado resultado que desejamos obter através da representação gráfica.

Para elaborar o  diagrama, Ishikawa definiu as chamadas  “causas principais” de qualquer problema, que também são chamadas de 6 M’s e 4 P's: “mão de obra”, qualquer fator relacionado à falha humana ou relacionado às pessoas; “materiais”, problemas ou fatores relacionados com componentes, insumos ou matérias-primas; “máquinas”, problemas ou fatores relacionados com equipamentos; “métodos”, problemas ou fatores relacionados com métodos; “meio ambiente”, problemas ou fatores relacionados com meio/local; “medição”, problemas ou fatores relacionados com controle do processo, monitoramento; "política"; "procedimentos"; "pessoal" e "planta". A seguir, as etapas para a construção do diagrama:
1.      Defina o problema ou o tema que será abordado no diagrama e o objetivo, mas evite usar termos muito abstratos ou genéricos;
2.      Reúna informações sobre o problema ou tema abordado;
3.      Selecione um grupo (de pessoas que estejam relacionadas ao problema/tema) para ajudar na elaboração do diagrama, apresente os fatos e discutam o problema/tema pedindo que cada um dê sua opinião (brainstorming);
4.    Organize todas as informações em poucas palavras e estabeleça as causas principais eliminando o que for desnecessário e monte o diagrama identificando as causas de acordo com os 6 M’s;
Em sua estrutura, as causas dos problemas (efeitos) podem ser classificados como sendo de seis tipos diferentes (o que confere a esse diagrama o nome alternativo de "6M" e "4P"):


  • Método: toda a causa envolvendo o método que estava sendo executado o trabalho;
  • Matéria-prima: toda causa que envolve o material que estava sendo utilizado no trabalho;
  • Mão de obra: toda causa que envolve uma atitude do colaborador (ex: procedimento inadequado, pressa, imprudência, ato inseguro, etc.)
  • Máquinas: toda causa envolvendo á máquina que estava sendo operada;
  • Medida: toda causa que envolve uma medida tomada anteriormente para modificar o processo, etc.;
  • Meio ambiente; toda causa que envolve o meio ambiente em si ( poluição, calor, poeira, etc.)e o ambiente de trabalho (layout, falta de espaço, dimensionamento inadequado dos equipamentos, etc.).
O sistema permite estruturar hierarquicamente as causas potenciais de determinado problema ou oportunidade de melhoria, bem como seus efeitos sobre a qualidade dos produtos. Permite também estruturar qualquer sistema que necessite de resposta de forma gráfica e sintética (isto é, com melhor visualização).
O diagrama pode evoluir de uma estrutura hierárquica para um diagrama de relações, uma das sete ferramentas do Planejamento da Qualidade desenvolvidas por Ishikawa, que apresentam uma estrutura mais complexa e não hierárquica.
Ishikawa observou que, embora nem todos os problemas pudessem ser resolvidos por essas ferramentas, ao menos 95% poderiam ser, e que qualquer trabalhador fabril poderia efetivamente utilizá-las. Embora algumas dessas ferramentas já fossem conhecidas havia algum tempo, Ishikawa as organizou especificamente para aperfeiçoar o Controle de Qualidade Industrial nos anos 60.
Talvez o alcance maior dessas ferramentas tenha sido a instrução dos Círculos de Controle de Qualidade (CCQ). Seu sucesso surpreendeu a todos, especialmente quando foram exportados do Japão para o ocidente. Esse aspecto essencial do Gerenciamento da Qualidade foi responsável por muitos dos acréscimos na qualidade dos produtos japoneses e, posteriormente, muitos dos produtos e serviços de classe mundial.
O Diagrama de Ishikawa pode também ser utilizado na verificação e validação de software.
Não há limites para a utilização do diagrama de Ishikawa. As empresas que preferem ir além dos padrões convencionais podem identificar e demonstrar em diagramas específicos a origem de cada uma das causas do efeito, isto é, as causas das causas do efeito. A riqueza de detalhes pode ser determinante para uma melhor qualidade dos resultados do projeto. Quanto mais informações sobre os problemas da empresa forem disponibilizadas, maiores serão as chances de se livrar deles.
Essa ferramenta dá ao usuário uma lista de itens para serem conferidos por meio do qual se consegue uma rápida coleta de dados para várias análises. Essas informações são utilizadas para se obter uma localização da causa dos problemas.
Um diagrama de causa e efeito bem detalhado tomará a forma de uma "espinha de peixe" (daí, inclusive, o nome alternativo de "Diagrama Espinha de Peixe"). A partir de uma definida lista de possíveis causas, as mais prováveis são identificadas e selecionadas para uma melhor análise. Ao examinar cada causa, o usuário deve observar fatos que mudaram, como por exemplo, desvios de norma ou de padrões. Deve se lembrar de também de eliminar a causa e não o sintoma do problema, além de investigar a causa e seus contribuidores tão fundos quando possível.
O que contém o diagrama:
      I.        Cabeçalho: Título, data, autor (ou grupo de trabalho).
    II.        Efeito: Contém o indicador de qualidade e o enunciado do projeto (problema). É escrito no lado direito, desenhado no meio da folha.
   III.        Eixo central: Uma flecha horizontal, desenhada de forma a apontar para o efeito. Usualmente desenhada no meio da folha.
  IV.        Categoria: representa os principais grupos de fatores relacionados com efeito. As flechas são desenhadas inclinadas, as pontas convergindo para o eixo central.
    V.        Causa: Causa potencial, dentro de uma categoria que pode contribuir com o efeito. As flechas são desenhadas em linhas horizontais, aportando para o ramo de categoria.
  VI.        Sub-causa: Causa potencial que pode contribuir com uma causa específica. São ramificações de uma causa.
O efeito ou problema é fixo no lado direito do desenho e as influências ou causas maiores são listadas do lado esquerdo.
1)    Para identificar as informações a respeito das causas do seu problema;
2)    Para organizar e documentar as causas potenciais de um efeito ou característica de qualidade;
3)    Para indicar o relacionamento de cada causa e subcausa as demais e ao efeito ou característica de qualidade;
4)    Reduzir a tendência de procurar uma causa "Verdadeira", em prejuízo do desconhecido, ou esquecimento de outras causas potenciais.
5)    Ajuda a enfocar o aperfeiçoamento do processo;
6)    Registra visualmente as causas potenciais que podem ser revistas e atualizadas;
7)    Provê uma estrutura para o brainstorming;
8)    Envolve todos.
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DIAGRAMA DE ISHIKAWA
O Diagrama de Ishikawa também conhecido como Diagrama de Causa e Efeito ou Espinha de Peixe permite estruturar hierarquicamente as causas  de determinado problema ou oportunidade de melhoria. Pode ser utilizado também com outros propósitos, além do apresentado, por permitir  estruturar qualquer sistema que resulte em uma resposta (uni ou multivariada) de forma gráfica e sintética. 
As causas de um problema podem ser agrupadas, a partir do conceito dos 6M e 4P, como decorrentes de falhas em: materiais, métodos, mão de obra, máquinas, meio ambiente, medidas. 
O uso dos 6M e 4P pode ajudar a identificar as causas de um problema e servir como uma estrutura inicial para facilitar o raciocínio na análise desse. 

Figura 1. Diagrama de Ishikawa (Gráfico de Causa e Efeito)

Figura 2. Diagrama de Ishikawa usando os 6M
A restrição devida à estrutura hierárquica (não relacional)  muitas vezes é irrelevante, principalmente nas primeiras abordagens. O Diagrama de Ishikawa pode evoluir para um Diagrama de Relações (uma das sete ferramentas do Planejamento da Qualidade ou Sete Novas Ferramentas da Qualidade) que já apresenta uma estrutura mais complexa, não hierárquica. 
Existem outras formas de agrupamento. Por exemplo, num programa de melhoria da qualidade para matéria-prima na indústria sucroalcooleira (Sarriés, 1997) as causas do aumento da quantidade de terra aderida na cana-de-açúcar que é levada para a indústria foram agrupadas segundo a Figura 3. A terra é altamente prejudicial para a indústria, aumentando custos e depreciando os produtos finais. 
Figura 3. Diagrama de Ishikawa com os principais  fatores que influenciam a quantidade de terra em cana-de-açúcar

Podemos observar que treinamento dos carregadores, tipo de carregadeira, pressa no carregamento e disposição da carga estão subordinados à causa carregamento. 
Essa ferramenta pode ser implementada em qualquer software com recurso gráfico como por exemplo, Word, Power Point, Paint Brush, etc. 
Uma alternativa frequentemente utilizada por nossa equipe para problemas complexos, adaptada dos Diagramas Hierárquicos de Blocos (Sarriés, 1989), é o desdobramento das causas em diagramas secundários, com o propósito  de não construir diagramas excessivamente carregados. Dessa maneira o diagrama apresentado na Figura 3 poderia ser simplificado, como na figura 4, sendo gerados alguns diagramas secundários como os das Figuras 5 e 6, onde as causas  principais passam a ser efeito.
Figura 4. Diagrama de Ishikawa  simplificado
  
Figura 5. Diagrama de Ishikawa desdobrado da Figura 4
  
Figura 6. Diagrama de Ishikawa desdobrado da Figura 4


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